quarta-feira, 21 de março de 2012

Se não Deus , o nada é melhor

Sair do conforto da ilusão prá se lançar no impacto da realidade é um tanto perigoso, mas necessário.
Se é que queremos de fato viver a verdadeira vida.
A ilusão é um conforto porque pode ser construído a partir dos meus sonhos e desejos – segurança.
A realidade não pede licença prá se apresentar como é. Por isso choca e dá desconforto.
Porque o que é, é.
A ilusão é um doce que mantemos por medo do gosto amargo de nos vermos como somos.
Vemos como gostamos de nos ver.
Mas somos maus em nós mesmos e nada temos que possamos merecer o que pedimos.
Se é que pedimos como convém!
Acredito que não, pois a verdadeira oração é aquela que consciente de si mesmo,
Emudece em temor e tremor aguardando a graça que supre o que jamais conseguiremos por nós mesmos.
Até nossa oração e aproximação de Deus é pura presunção.
Pois a oração que fazemos é um esconder-se de Deus e não uma busca consciente.
Buscamos o que na verdade não queremos.
Buscamos até, mas sem querer achar; logo, na verdade não buscamos.
Achar a Deus não está em nenhuma capacidade humana conhecida.
Deus mesmo se revela para a alma que precisa e nada o move a fazer isso,
Senão a miséria humana que movimenta a misericórdia divina em nosso favor, por amor. E só!
Buscar a Deus nos conforta, portanto, porque mantemos a religiosidade em dia.
E assim vamos vivendo tentando apaziguar a consciência, mas o coração sedento não se cala.
E continuará incomodado nesse comodismo nosso de cada dia,
Até que voltemos para Deus.
E se um dia voltarmos acharemos o descanso para nossas almas,
Descanso esse que não está a venda na feira das vaidades religiosas.
Quem quer passar a vida se doando no anonimato de um leprosário só porque é a vontade de Deus?
O pedido a Deus é sempre condicionado por uma necessidade minha e não a satisfação do seu desejo.
Mas uma coisa é certa: quando tivermos um encontro pessoal com o verdadeiro Deus,
Então, e só então, seremos capazes de viver a vida significativa para a qual fomos criados.
Hoje vivemos o que vivemos e a angústia freqüente atesta que não chegamos aonde deveríamos,
Pois nossa movimentação nervosa tende a ser um preenchimento de coisas e programas,
Que não satisfaz nosso coração e nem convence ninguém.
Temos de parar de lutar contra Deus com armas próprias e chegar a dizer: não sei, não sou e não posso.
E também dizer: não quero, se isso for  verdade,
Pois ficar tentando provar o que não é dá um desgaste danado!
Precisamos sair da ilusão das nossas palavras e ouvir o que Deus tem a dizer.
Quando Deus não falar,  que as nossas tolices não quebrem o encanto desse silêncio sagrado!
Que rasguemos as vestes que nos ocultam do mundo e de nós mesmos,
E sejamos vestidos da justiça de Deus que julga o que não enxergamos.
E o que não queremos ver: que nossas produções se tornaram os nossos ídolos
Com isso espalhamos a fama das realizações numa competição com um mundo que não conhece a Deus por isso não o sabe.
Sair da ilusão leva a um trabalho sem volta que mata os meus caprichos,
Mas é necessário deixar cair os acessórios para dar de cara com a essência da vida.
Achar a Deus, ou antes, ser achado por ele, eis o que se constitui entre tudo, o mais urgente,
Senão a única urgência da vida.
O resto é comentário para fuga.
Que a ilusão não seja o deus-capricho mantido em adoração secreta do coração.
Mas que o único Deus seja conhecido e adorado como tal. Isso é viver.
O resto é tentar preencher o que não precisa.
Não está na hora de arrumar a casa?
Que Deus comece quebrando nossos espelhos.

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